Luta com resultados <br>no sector ferroviário

Os trabalhadores da EMEF estiveram em luta anteontem, 20, em protesto contra o desmantelamento da empresa, exigindo o seu regresso à CP e reclamando a resolução de matérias de natureza laboral. Essa jornada incluiu uma greve de 24 horas e uma manifestação em Lisboa, entre a estação ferroviária de Entrecampos e o Ministério do Planeamento, que tutela o sector.
Na resolução aprovada no final do protesto, os trabalhadores convocaram uma semana de luta, a realizar entre 12 e 16 de Março, ao longo da qual se realizarão «greves, plenários, concentrações, manifestações e outras formas de luta a definir em cada local de trabalho». Como afirmou na ocasião o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), José Manuel Oliveira, os trabalhadores deverão continuar a lutar «para que os problemas sejam definitivamente resolvidos». O Secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos, também participou na manifestação.
A primeira reivindicação dos trabalhadores prende-se com o regresso da EMEF à CP, que, garante-se na resolução, está apenas dependente da existência de vontade política, pois não existe «nenhum impedimento legal» que o inviabilize. Já a solução anunciada de criar três empresas a partir da actual EMEF é vista como uma «privatização parcial», que deve ser rejeitada e combatida. A modernização e desenvolvimento da EMEF, a valorização profissional dos trabalhadores e o aumento dos salários, aliada a um firme combate à precariedade, são outras questões em causa na luta que se trava na empresa de manutenção ferroviária.

Entretanto, foi desconvocada a greve que estava prevista para a passada segunda-feira, 19, na CP, por se ter chegado a um acordo entre os sindicatos e a administração. Numa nota divulgada no sábado, a Fectrans realça que «não conseguimos tudo, mas comparativamente com aquilo que recusámos assinar em Dezembro, é certamente muito mais». Agora, acrescenta, «cabe aos trabalhadores ampliar a unidade na acção para que na próxima negociação os resultados sejam ainda melhores».
Num comunicado de dia 19 do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, que integra a federação, sublinha-se que o acordo alcançado inclui medidas que «corrigem injustiças que estavam para ser implementadas», relativas a salários, progressões e à negociação colectiva.

 



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